sábado, 5 de fevereiro de 2011

Bebés prematuros, Eu posso ajudar, mas não posso forçar.

Vou falar um pouco da minha experiência com bebés prematuros.
Quando um bebé ou bebés acabados de nascer têm de ficar internados, numa Unidade de Cuidados intensivos,
dentro de uma «caixinha de vidro» e ligados a milhares de fios,começa um pesadelo para os pais.
Levá-los finalmente para casa é acordar e respirar de alívio.Há bebés que nascem sete semanas ou mais antes da data prevista. Com menos de dois quilos e a pele quase transparente , vão directos da sala de partos para os fios da incubadora.Eu estive a dar assistência a uma Mãe médica com trigémeos imagine, um com 1,650 outro 1,580 e ainda o outro com 1,340,esta Mãe conhecia de cor os riscos dos seus filhos e problemas de saúde dos seus recém- nascidos prematuros.Confessava- me que nessa altura teria dado tudo para não ser médica.
Como tantas outras mães, sentiu na pele o que é ser impedida de dar colo aos seus bebés de os aconchegar de os alimentar. O pai por seu lado, também médico,suspirou de alívio quando os viu na incubadora. Apesar do baixo peso da falta muscular,dos milhares fios e adesivos com que estavam «armadilhados» passaram algum tempo na Unidade de Cuidados intensivos.Tempo demasiado para os pais, que apenas podiam tocar-lhes através da escotilha da incubadora:Estes e outros pais voltam para casa de mãos vazias, o coração apertado e muitas vezes de cabeça perdida.Hás vezes ainda vêm para casa ligados com ventiladores Que os ajuda a respirar. Nestes casos, é tão difícil quanto fundamental, aguentar firme.Mas nem sempre é humanamente possível. Acontece com frequência os pais evitarem inconscientemente ligarem-se a um bebé que está em risco de vida para se salvaguardarem emocionalmente.Querem contornar um sofrimento futuro, sem se aperceberem que estão afundarem-se nele, por vezes a deixar passar a oportunidade de contribuir para que o bebé recupere.Sabe essa contribuição preciosa consiste precisamente no envolvimento tão importante, que passa pela presença quase constante e pelo contacto possível com os bebés.Massagens suaves são directamente convertidas em aumento de peso e força vital. Foi nesta base que me foi dado o meu curso para ajudar os pais e os bebés. Fazer festas ao bebé, mesmo que seja apenas na sua mínima mão,pode ser decisivo, dependendo dos casos, porque os bebés não aguentam muito tempo de contacto,será feito gradualmente á medida que vão ganhando peso ou recuperando dos problemas de saúde.Falhar-lhes baixinho é outra forma de lhes soprar vida. Os bebés reconhecem as vozes e dá-lhe forças saberem que há alguma continuidade entre o mundo anterior ao nascimento e o mundo real.Essas vozes mantêm-nos ligados, são alertas para a vida e forram-lhes a incubadora ou o seu berço em casa, de esperança. Por isso, vale a pena investir,queridos pais, sempre, sem sentimento de culpa.Um Abraço desta vossa Amiga,se algo quiser comentar aceito de todo o meu coração. Henriqueta.

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