segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Os Bebés nos Adultos. Eu Posso ajudar mas não posso Obrigar.

Os Bebés sabem que falamos, com os  olhos.
Eles são as janelas com que apanhamos sol por dentro e as cortinas com que tentamos esconder as coisas
que não falamos...com a boca. Os bebés aconchegam-se num olhar terno, espreguiçam-se num olhar luminoso,
distraem-se com um olhar ansioso, assustam-se com um olhar deprimido aterrorizam-se com um olhar baço e vazio.À Dimensão de uma grande orquestra, o olhar é um piano: guia-nos por entre os sons, embala-nos com graves e chama-nos com os agudos.À dimensão de uma grande orquestra, a pele e o toque são metais:
Criam uma atmosfera que ora acolhe ora torna uma conversa ácida ou agreste. Os bebés sabem que o silêncio é a  forma de alguém falar dentro de nós, pelo modo como o sentimos,como nos expande ou nos assusta.À dimensão de uma grande orquestra,o silêncio são as cordas: fazem voz grossa,como o violoncelo,ou sintonizam-nos com o protagonismo do piano.Os Bebés sabem que há uma gramática do silêncio que "corre"por dentro das palavras:musical, rítmica, melódica,expressiva,rebelde e insubmissa,que guarda tudo o que não somos capazes de dizer quando falamos com as palavras ,que se perde por entrelinhas, e nos intervalos em que se respira..NASCER é, afinal, reinventar o mundo e também renascermos,nós próprios, uma vez mais, Dr.Mário Cordeiro, livro A Poesia do Nascer, Henriqueta de Góis.                                

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